sábado, 26 de julho de 2008

Eu odeio o Discovery Kids - Parte 2

Eu já havia postado algo parecido como o que meu colega fez recentemente. A imbecilidade infesta a programação infantil. Tudo tem que ser politicamente correto. Cotas, nada de preconceito, essa viadagem toda.
E se isso realmente vai deixando a molecada burra, que diabos vai acontecer quando elas crescerem?
Bem, antes, vamos tentar ver o que realmente a molecada assiste.
Discovery Kids realmente é um dos canais mais vistos pela molecada, especialmente os muito novinhos em idade pré-escolar. Mas e pra molecada de 5 a 10 anos?
Desenhos? Programas infantis?
Se olharmos bem, essas respostas são erradas. Um dos programas mais assistidos pela molecada hoje em dia é NOVELAS.
E se quando muito novas elas assistiam programas ultra politicamente corretos, hoje as novelas são quase o oposto. Primeiro, o senso completamente distorcido de realidade. Pobre de novela mora em casa numa vila simples, mas bonita. Vilão em novela sempre se dá mal. Mocinho fica com o mocinha. Fora as viadagens de sempre.
Mas nos últimos anos as novelas tem perdido a audiência e bem, a chapa esquentou um pouco. Agora pra chamar a atenção, tem que ter no mínimo um casal de gays/lésbicas. Se não for isso, tem que ter uma prostituta e um cafetão. E se não tem isso, tem um monte de cenas de sacanagem.
Então eu imagino a cabeça da criança: "Porra (a essa altura já aprendeu um monte de palavrões), agora geral tem que se pegar e o bom é ser puta pra ganhar dinheiro."
E se não são as novelas, são os próprios pais que hoje em dia deram para a TV a tarefa de educar seus filhos. Eles esquecem que no fim das contas ELES MESMOS são as pessoas que devem dizer para os filhos o que assitir, e o que é certo e o que é errado. Não só na na educação de seus filhos, mas em tudo na vida, se você delega uma responsabilidade que é sua, para outras pessoas, você tem que arcar com as conseqüencias.
Do que adianta o Discovery Kids ensinar coisas certas se no mesmo dia o pai ou a mãe fazem exatamente o contrário? Por mais que os imbecis dos construtivistas achem que o ambiente possa educar a criança, elas ainda agem pelo princípio do exemplo. E a criança pode ter 30 exemplos bons, se o dos pais for diferente, meus caros, em 99% dos casos ela segue o caminho dos pais.
Não é de hoje que esse tipo de comportamento existe. Na minha geração já existem os pit boys, que nada mais são do que um subproduto desse tipo de educação, aonde papai paga pro filho ficar quieto. Papai paga o que o filho quebra. E hoje papai paga a fiança e o cinqüentinha da polícia.

Outro problema é o conteúdo. Sejamos honestos, hoje o que mais vende é sexo e violência, e o que temos mais na TV hoje em dia é o que mais vende.
A hipocrisia é tanta que você pode ter um filme no cinema com cenas de violência grotescas, mas se aparecer um peitinho, a censura cai de pau em cima. Lófico que pode ter cabeças explodindo, corpos partidos ao meio, mas se aparecer uma cena de nudez por um milisegundo as molecada não pode assistir.
Eu lembro que quando Dragon Ball Z passava na Globo eles censuraram uma cena que tinha um sanguinho. Na série inteira já haviam tido centenas de lutas, dezenas de mortes, violência descontrolada e planetas inteiros sendo destruídos. Pra que censurar a cena do sanguinho? Faria muito mais sentido censurar a série inteira. Seria idiota, mas seria mais coerente pelo menos.
Cara, sangue é um coisa normal. Quando a criança se machuca sai sangue. Que moleque nunca ralou o joelho brincando num parquinho?
E ao mesmo tempo que a censura cai forte com cenas de nudez no cinema, na TV o negócio tá virando um liberou geral. O que dizer de séries como Sex and the City, aonde qualquer moleque pode ver as mulheres traçando metade de NY? Por algum motivo, Sex and the City é vanguardista. Eu não sei. Já vi alguns episódios e posso dizer que a série é interessante justamente quando fala menos de sexo e mais das pessoas em si.
Outro episódio que me lembro bem é da época de colégio. Estávamos lendo um livro de Jorge Amado, Capitães da Areia se não me engano, era leitura para um prova. Algum aluno comentou que numa das cenas um dos moleques do livro estupra uma menina, e o autor usou a expressão "tirou o cabaço". A professora nos contou que em um ano anterior vários pais reclamaram desse trecho do livro. Em uma reunião com os pais ela abordou o assunto e foi novamente atacada. Então ela pediu para os pais descreverem o que haviam visto na novela das oito no dia anterior. A cena em questão era um casal cometendo adultério e mandando brasa na mesa da cozinha. Não é preciso dizer que a professora provou um ponto simples, que nada daquilo já era novidade para os filhos deles. Na programação de horário nobre elas já haviam aprendido tudo.
Pais e família, aprendam uma coisa: estamos na era da informação. Ela flui com muita rapidez. A informação chega fácil e com qualidade duvidosa. Não há como impedir que seus filhos vejam coisas erradas. Mas há como educar o suficiente para que a própria criança ao longo do tempo faça seus julgamentos. Sexo e violência existem nas nossas vidas, mas cabe a nós julgar quando é correto ou errado a pessoa ser exposta a isso. Não atirar o pau no gato não adianta nada se você vê uma metralhadora giratória fuzilando um monte de pessoas. Não adiantar mostra o Teletubbie se mais tarde tem um cara traçando a mulher na mesa da cozinha.

Façam as crianças criarem um coisa que está em extinção: BOM SENSO.

2 comentários:

Lila Yuki disse...

Assino embaixo. O retorno.
Te amo!

ghfdc disse...

Eu ainda prefiro mostrar o cara traçando a mulher na mesa da cozinha a mostrar o Teletubbie...

Sexo é algo natural; violência, infelizmente, também...

Essa "necessidade" de proteger as crianças de tudo, de evitar "traumas", é ridícula! Tudo isso faz parte da vida!

O que deve ser feito é ensinar as crianças a pensar; a lidar com o mundo... Quando pequenininho, eu odiava que me tratassem como um idiota (e ainda odeio, quando acontece hoje em dia), e detesto ver crianças sendo tratadas como tal... Isso porque elas não são idiotas, mas passam a ser, se forem criadas para tanto!

E é isso que o politicamente correto faz... Torna a todos idiotas.