quarta-feira, 29 de abril de 2009

Prioridades


Ontem, presenciei a seguinte situação: uma menina, estudante de moda, e outra, já formada em moda, ficaram discutindo com relação a um vestido que a estudante está confeccionando para uso próprio.

Devo dizer que a conversa era intrigante: eu nunca seria capaz de imaginar que existia tamanha quantidade de atributos para se levar em conta na produção de uma única roupa!

E as medidas, então? Busto, cintura e quadris eu sei que existem, claro (mesmo com os números não tendo qualquer significado para mim), mas elas debatiam outras medidas femininas que eu até então desconhecia! Claro que agora já esqueci tudo, mas pelo menos eu sei que há "medidas femininas", digamos, "esquisitas"... Acho que vou andar por aí com fita métrica e paquímetro, para verificar as proporções da mulherada.

Mas enfim, essa história toda foi somente para ilustrar que as mulheres não sabem priorizar. Mesmo conversando durante muito tempo, sobre muitos aspectos da vestimenta, as garotas em momento algum tocaram no atributo mais importante de uma roupa feminina: facilidade/velocidade de remoção.

Claro que eu as lembrei disso, mas fui sumariamente ignorado. Vejam bem, fiéis leitores, ignorado, e não desprezado. Imaginem que alguém me diga o resultado de um jogo de quarta de final entre os times X e Y da série Z de um campeonato de futebol regional em Serra Leoa (sendo que eu sou leigo em futebol a ponto de ser incapaz de chutar uma bola para a frente com sucesso). Imaginem minha reação (nem sei citar as copas do mundo que o Brasil ganhou...). Pois bem, foi essa a reação que as garotas tiveram, após ouvir meu mais do que pertinente comentário, e então em seguida voltaram a discutir o que estavam discutindo antes de serem interrompidas por mim.

Mas o que eu achei interessante foi que meu comentário, realmente, não foi desprezado, e sim tratado como se fosse algo absolutamente irrelevante!

Definitivamente, as mulheres, como já falei, não têm a menor capacidade de priorizar efetivamente as coisas...

E eu nem mesmo me ofereci para testar esse quesito da remoção, quando a menina estiver usando o vestido pronto...

Realmente. Farei essa proposta amanhã.

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Update:

Fiz a proposta, e a menina aceitou!

Porém, como ela não é, digamos, "particularmente atenta ou perceptiva", achei que ela não tinha compreendido muito bem o diálogo que tinha acabado de acontecer...

Mais tarde, fui "mais didático", e ela então rejeitou minha proposta (como eu havia suposto, ela não havia entendido anteriormente...), dizendo que eu sou "sem-vergonha"... Hahahahaha...

Campanha


Se você está saindo de determinado ambiente (ou entrando nele), segurar a porta para que as pessoas que estão atrás de você também possam sair (ou entrar) não é nada de mais; só um gesto de educação. Inclusive, este gesto pode ser realizado "na íntegra" ou "por tempo limitado" (caso, por exemplo, a pessoa que vai passar depois de você passe a segurar a porta), desde que não se bata a porta na cara de ninguém.

Ao ser agraciado com tal gentileza, o que a pessoa deve fazer? Simples: agradecer. Todos aqueles para quem faço essa gentileza sempre me agradecem. Todos, menos... as mulheres bonitas. Tá, algumas agradecem, mas são poucas.

Mulher bonita, em geral, tem a mania de achar que pode tudo só porque é bonita e/ou que qualquer gentileza que tenha a ela sido direcionada assim o foi somente porque ela é bonita. Só que isso não é verdade. Segurar uma porta é um favor que não depende do sexo, idade ou aparência do favorecido.

Quando o trânsito está lento, e os pedestres querem atravessar fora da faixa, você deixa... E as pessoas agradecem... Menos as mulheres bonitas. Chego a pensar até que elas ficam decepcionadas por não receberem uma buzinada enquanto passam. Se bobear, devem até resmungar "viadinho", ou algo do gênero, por conta disso, enquanto atravessam...

Uma vez, inclusive, ao segurar uma porta para uma mulher bonita passar, ela não só não agradeceu, como não retornou o gesto (havia uma outra porta logo em seguida). A mulher quase que bateu a segunda porta na minha cara!

Então, pessoas, vos digo que isso não pode continuar! Essas menininhas bonitas precisam aprender boas maneiras! E é por isso que, agora, lanço uma campanha de conscientização para a população em geral!

"Eduque uma mulher bonita: dê a ela palmadas no bumbum!"

É a única maneira de se efetivamente ensinar bons modos a menininhas malcriadas.

Até em Bengala já se sabia disso.

sábado, 25 de abril de 2009

Presságio


Não sei fazer críticas como meu colega deste blog. Assim sendo, apenas farei alguns comentários com relação ao desenrolar do filme (ou seja, há spoilers).

John Koestler (Nicolas Cage) é viúvo. Físico (acho...) e professor no MIT, tenta criar sozinho seu filho Caleb (Chandler Canterbury - agora chega; não vou mais ficar procurando o nome dos atores). Seu pai é pastor e, por conta de algumas "diferenças" com respeito às suas "visões de mundo", os dois não se falam há tempos.

O molequinho estuda numa escola fundada há 50 anos. Em sua inauguração (há 50 anos atrás...), os alunos fizeram desenhos imaginando como seria o futuro e os colocaram numa cápsula do tempo. Todos fizeram isso, exceto Lucinda, a menininha-assustadora-de-cabelos-negros-padrão, que escreveu uma série ininterrupta de números, movida por barulhos esquisitos que ouvia em sua cabeça.

E, 50 anos depois, é justamente essa folha cheia de números que o Caleb recebe, ao abrirem a cápsula do tempo na comemoração do aniversário da escola.

Como o Cage se recusa a sair para pegar mulher e não tem mais o que fazer, resolve estudar essa folha. Como eu disse, nela há somente números (não há nem vírgulas nem nada separando-os). Ele nota a data do atentado de 11 de setembro de 2001, lá (no caso, ele vê 09112001, número esse "largado" no meio a folha), e, sem ter o que fazer (como eu já havia dito), dá uma olhada no Google (verdadeiro oráculo de Delfos da modernidade), e vê que a seqüência de dígitos que segue os já aleatórios dígitos por ele escolhidos fornece a quantidade de mortos no atentado.

Aí o John fica malucão e, num arroubo infinitamente superior a todos os outros arroubos de coçação de saco já registrados em Hollywood (que eu me lembre agora, pelo menos), resolve checar simplesmente TODOS os números da lista (sendo que não há um padrão, pois o números de dígitos descrevendo quantidade de mortos pode variar, o que o obriga a ir andando de dígito em dígito, percorrendo toda a lista várias e várias vezes...)! Nesse processo, ele encontra perdidos no meio dela, em ordem cronológica, várias tragédias que ocorreram ao longo dos últimos 50 anos. Mesmo assim, entre uma seqüência de números descritiva de tragédia e outra, há seqüências de números para os quais ele (ainda) não encontrou explicação.

O filme, num primeiro momento, tenta opor a "visão de mundo" que descreve a existência como uma sucessão de eventos probabilísticos (olá, física quântica!) à uma "visão de mundo" determinística (mas fica claro que não se trata de um "determinismo de Física Clássica", digamos assim, mas de um "determinismo derivado de um plano maior"). O John, num primeiro momento, se mostra, como um "bom cientista", partidário da primeira corrente (mas deixa claro que o é não por ser um "bom cientista", mas sim porque "mimimi, minha esposa morreu num acidente, então Deus não existe por conta disso e o Universo gira em torno do meu umbigo por eu ter tal posicionamento só por conta de uma tragédia pessoal e não por conta de evidências científicas, mimimi"...). Só que, com a aparição dessa folha com os números, ele fica "maluco" (principalmente porque nela estava sendo mostrada também a tragédia que havia vitimado a esposa dele, no passado), achando que poderia ter impedido a morte da esposa caso estivesse de posse da folha na época.

Claro que esse pensamento é uma estupidez, afinal, se o futuro foi previsto (logo, o universo é determinístico), a sua tentativa de impedir que ele aconteça também foi "computada no cálculo geral das coisas" (imaginem só a quantidade verdadeiramente infinita de variáveis que entra na conta para se "prever o futuro"), logo, ela não vai dar em nada. Porém, mais uma vez, como tudo já está escrito, você vai lá perder seu tempo e tentar assim mesmo.

Ainda tinham mais 3 catástrofes listadas na folha para ocorrer. Ao presenciar a primeira, o Cage percebe que os números não decifrados eram coordenadas de GPS (esperta a menina de 50 anos atrás, não?). Ele, então, vai procurar a autora dessa folha, mas encontra a filha dela, Diana, e a neta, Abby, e descobre que a mulher morreu. A neta da garota também ouve as tais vozes (que são "faladas" por homens de preto...), e o Caleb também passa a escutá-las (tanto que ele tira o aparelho de ouvido quando não está com saco de ouvi-las, mas depois de um tempo isso deixa de adiantar e ele continua as ouvindo mesmo assim).

Faltam 2 tragédias. O Cage vai até Nova York tentar impedir uma, e é claro que dá errado (como eu já havia exposto numa linha de raciocínio anterior), e morre um monte de gente mesmo assim. Ele comenta isso com um colega cientista do MIT, e este diz que sua "mente científica" o avisa para "esquecer essa história"... Só comentei essa parte porque, por favor, isso é um absurdo! Que "mente científica" é essa, que avisa alguém para enfiar a cabeça na terra como uma avestruz, de modo a ignorar uma evidência absurda de que a existência seria determinística? Simplesmente ridículo! Vale ressaltar que seria uma evidência de "determinismo de Física Clássica", e não "determinismo de plano superior"... Mas eu não sei se o roteirista e o diretor entendem a diferença. Mas isso não importa...

Mas voltando. Juntamente com a filha da Lucinda, o Cage descobre que a raça humana será obliterada na última tragédia. O que ocorrerá será a emissão de uma labareda do Sol, que fritará o planeta (ou seja, está na cara que não dá para impedir MESMO)!

Como está tudo indo para o espaço, o Cage resolve ligar para o pai pastor, e dizer para ele e o resto da família se mandarem com mantimentos para alguma caverna, e ficar por lá (isso seria inútil frente a uma labareda que irá privar o planeta de água e, inclusive, de atmosfera, mas o pastor, é claro, não sabe disso), no que o pastor, do alto de sua ignorância religiosa, responde que "não vai fazer nada; vai é ficar em casa e deixar que seja feita a vontade do deus dele"...

Isso me lembrou de uma piada: estava tendo uma enchente na cidade de um religioso. Passou um cara de jipe, e se ofereceu para tirar o mané da casa dele. O religioso disse que não iria a lugar nenhum, pois deus o salvaria. O tempo passa, a água sobe, e aparece um cara de barco, também se oferecendo para salvar o religioso, que dá a mesma resposta. Com a água já no teto da casa, aparece um cara de helicóptero, e mais uma vez o religioso disse a mesma coisa. Pois bem, ele morreu. Chegou no céu e foi tirar satisfações com deus, reclamando que sempre havia sido muito fiel, penitente e não sei mais o que, mas que no final das contas deus não o tinha salvado da enchente. Deus, então, respondeu: "eu te mandei um jipe, um barco, e até um helicóptero, mas você não quis sair de lá! Tu é burro pra c@r@lho; p#t@ que o pariu!" (tá, a resposta não foi bem essa, mas está aí a idéia)...

Mas que seja, isso foi só para comentar um pouco sobre estupidez religiosa (bastante pertinente, afinal, o personagem era um pastor).

Os homens de preto (só a Abby e o Caleb os escutam, mas todo mundo pode vê-los), numa situação que não vale a pena contar, seqüestram as crianças (a Abby e o Caleb...), e os levam para a última coordenada de GPS escrita pela Lucinda. O John chega lá logo depois (a Diana tinha morrido num acidente de carro, perseguindo os homens de preto após estes terem seqüestrado as criancinhas).

Lá chegando, ocorre a "revelação": os homens de preto são E.T.s! Eles são de uma raça de desocupados espaciais que fica viajando pelo cosmos, chegando em planetas com vida inteligente, e sussurrando telepaticamente o futuro para os seus habitantes (os alienígenas tem tecnologia para singrar o cosmos, e também conhecem a estrutura determinística da existência, e, é claro, agem de acordo com ela, até porque não fazê-lo seria impossível). Os habitantes capazes de ouvir o sussurro telepático (que era inclusive captado pelo aparelho de audição do Caleb, e não me perguntem como um equipamento que lida com ondas sonoras pode captar "vozes" "faladas" diretamente no seu cérebro) são os "selecionados" pelos E.T.s para serem salvos das mega catástrofes planetárias e levados para outro planeta para continuar suas vidinhas de playmobil (afinal, não há livre arbítrio). O "curioso" é que só são selecionados 2, um macho e uma fêmea (no caso, o Caleb e a Abby) e, já que estão nessa, mesmo, os aliens brincam de arca de Noé (história clonada da do Utnapishtim, presente na Epopéia de Gilgamesh) e pegam também um casal de animais de cada espécie, e os levam para fora da Terra antes que esta seja bem passada pelo Sol.

O Cage, sabendo que vai morrer, mesmo, vai para a casa do pai ser frito em família. Vale ressaltar que a casa do pai dele demonstrava um "alto poder aquisitivo" por parte do coroa, o que demonstra que ser pastor é uma boa opção de carreira em qualquer parte. Mas pelo menos o velho se mostrou um religioso de verdade, o que, pelo menos a meu ver, é um atenuante (ele enganou a si mesmo antes de enganar os outros).

Os aliens, então, largam as duas criancinhas e os demais animais da Terra num outro planeta alienígena, e se mandam, o que demonstra como são escrotos: primeiramente, só com um representante de cada sexo de uma espécie não há variabilidade genética suficiente para que a espécie sobreviva! Ou seja, os E.T.S se deram ao trabalho de cruzar o universo só para fazer com que as espécies de animais da Terra sejam extintas em outro planeta, em vez de na própria Terra. Em todo caso, como o universo é determinístico, não é culpa dos E.T.s, eles simplesmente tem que se dar a esse trabalho "porque sim", o que, pensando bem, deve deixá-los muito fulos da vida.

Mas há outra "interpretação": esse filme ignora completamente a existência da física quântica (afinal, no universo apresentado na película, a existência é determinística), então qual é o problema de ignorar também a biologia, e assumir que só com um macho e uma fêmea de cada espécie, se pode dar continuidade à mesma? Inclusive, nota-se que os aliens tem "asas" de "energia" (eles meio que são "feitos" de "energia", na falta de um termo descritivo melhor), então a partir daí pode-se inferir que a idéia de "anjos" e o conceito de "religião" teriam surgido devido ao contato dos primeiros humanos do planeta com esses aliens, sendo que, no caso, esses primeiros humanos teriam sido trazidos aqui pelos próprios aliens, juntamente com nossa fauna (ou seja, nada de evolução; viva o criacionismo alienígena!)...

Mas, mesmo com essa interpretação, os E.T.S continuam sendo escrotos, pois levaram os animais para outro planeta, mas não levaram as plantas! Os herbívoros vão, por acaso, comer a vegetação alienígena do planeta onde foram parar? Aposto que aquelas folhas reluzentes da árvore prateada mostrada no final provocam diarréia! Então, os herbívoros morrem sem comida, e os carnívoros morrem sem os herbívoros... E, para complementar a escrotidão dos alienígenas, eles largaram as criancinhas sozinhas nesse mundo! Como elas vão conseguir comida e abrigo? Vão morrer em dois tempos! Mas, de novo: não é culpa dos E.T.s, o universo é que é determinísticos e os força a cometerem esses atos cruéis e inúteis...

Outra curiosidade: em determinado momento, os aliens mencionam que os mortos "vão para um lugar melhor". Mas não dá para saber se só estão querendo ser "bonzinhos", ou "escrotos", dependendo da interpretação, enrolando todo mundo ("Não, imagina, que isso, não estamos deixando vocês todos aí para fritar a troco de nada; depois dessa vocês vão para o paraíso..."), ou se no "universo" definido pelo filme, realmente, o "além-vida" existe. Em todo caso, é essa a interpretação que o Cage assume ("vou morrer e vou para o céu, porque fui um bom menino esse ano"), antes de ir para a casa do pai morrer com a família. E ele também assume a interpretação "determinismo de um plano maior", em vez do "determinismo de Física Clássica", apesar de não haver em momento algum do filme qualquer evidência que indique que o "determinismo" desse universo é o primeiro em vez do segundo. Não sei se isso aconteceu porque o roteirista e o diretor do filme não sabem a diferença entre ambos, ou se simplesmente porque isso combina com a postura do personagem, mesmo.

Enfim, achei esse filme meio esquisito, pois ao mesmo tempo em que ele ignora a ciência (física e biologia), ele lida com extraterrestres... É meio que um filme de temática religiosa "misturado" com ficção científica por conta dos E.T.s. É meio bizarro, o que faz com que eu não consiga dizer se gostei ou não. E, só para deixar claro, não é implicância com a "visão religiosa" do filme. Esse foi o "universo" estabelecido para a história e fim, nada contra. Gosto de diversas histórias que se passam em universos também absurdos. Só achei a mistura estranha, mesmo...

Reza a lenda que um dos objetivos desse filme seria levar o espectador a discutir se o futuro pode ser mesmo previsto ou não, ou algo do tipo. Se isso for verdade, pelo menos na minha opinião, ao estabelecer que, na história, o que está valendo é o determinismo, o filme falhou miseravelmente. Se era mesmo para estimular discussão, acho que o filme deveria deixar essa questão ambígua... Mas não importa, isso é exigir demais de um "filme pipoca".

Ah, sim: faltou comentar com relação ao desempenho dos atores! Não o fiz porque, hããããã, não sei fazer. Só o que consigo dizer é que nenhum deles me deixou irritado. Acho que isso deve valer de algo.

Para terminar esse texto gigantesco, mais 2 detalhes:

1 - As informações sobre o Sol dadas pelos alunos do MIT do Cage estão erradas (mas que burros; dá zero para eles!);

2 - O Cage diz que, quando a mulher dele morreu, ele não sentiu nada, mas que antes disso sempre tinha acreditado que se sente algo quando nossos entes queridos se vão... Como assim? Que cientista era esse? Mas enfim, esse detalhe só serve para reforçar a minha descrição do "mimimi" do personagem do Cage com relação à postura dele de "acreditar" num universo probabilístico num primeiro momento da história do filme baseado única e exclusivamente em suas mágoas pessoais, e não em evidências científicas...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Historinhas...


Post "só para constar". Ao menos, é "engraçadinho"... Ou não. Tanto faz. Mas vamos lá.

Definitivamente, ninguém vai me convencer de que não há nada de errado com alguém que, ao sair de um elevador, deixa o seu cheiro para trás.

Não estou aqui falando de flatulência (afinal, o pessoal do MythBusters já provou que até mesmo mulheres peidam...). Me refiro a perfumes exagerados. Acho incrível como a maioria das pessoas não sente, ou não se incomoda com isso!

Mas, felizmente, existem mulheres (danem-se os homens; cheirem bem ou mal, mas cheirem longe de mim) que não adotam esse comportamento "lacrimejante", e cheiram muito bem... Pele com cheiro do sabonete... Mexem os cabelos, e o cheiro é diferente... Mas divago.

Essas aí só passam a ser um "problema" (que palavra forte...) quando falam e falam, palavras e mais palavras, e não dizem nada (e depois eu é que sou prolixo)... "Po, cara, na moral, aí, tipo assim, sei lá..."... Mas tanto faz; basta ser mais objetivo: elas não têm que falar. Hehehehehe...

Caso alguma mulher algum dia venha a ler este post e se sinta indignada, primeiramente devo dizer que sinto muito pela sua falta de senso de humor. E, em segundo lugar, digo para prestar atenção e ver que a frase "elas não têm que falar" está inserida num contexto de cunho mais "físico" (na verdade não está, mas minha intenção era que estivesse...), de forma alguma indicando que "nenhuma mulher precisa falar". Inclusive, mulheres que sabem falar (por saberem pensar) são extremamente apreciadas por aqui...

Deixando o elogio/depreciação acima (não imediatamente acima; o que eu estava escrevendo antes do parágrafo-explicação) relacionado a alguma mulher (porém escrito de forma genérica) de lado (tadinha da menina; eu acho que ela vai melhorar com o tempo, se andar com as pessoas certas...), mas ainda sobre mulheres (até porque este parado blog vinha seguindo uma linha séria demais): felizmente tiveram a decência de contratar uma secretária bonitinha para trabalhar onde estudo a língua do Kung Fu (se não sou capaz de dar voadoras de verdade, pelo menos vou saber falar como os caras que dão, hehehehe...)!

Certo, o parágrafo acima ficou confuso, com parênteses demais, mas como minha antiga professora de redação não vai lê-lo, não me importo.

Voltando. Fui eu, então, todo serelepe e pimpão (mentira), falar com a moça... Perguntei o que ela estudava (a menina já tinha mencionado algo sobre um estágio antes), e a garota foi ficando cabisbaixa... Disse que tinha parado, pois estava com problemas... Aí ela foi encolhendo, os olhos foram se apagando, e uma pequena nuvem cinza começou a se formar sobre a cabeça dela...

Percebendo que eu havia começado muito mal, rapidamente tentei trocar de assunto... A Páscoa vinha aí, logo: chocolate! Qual a probabilidade de uma mulher não se animar falando sobre chocolate? Perguntei, então, se ela ganharia muitos ovos de Páscoa... E a tal nuvem cinza se tornou ainda mais volumosa; comecei a ver os raios e a ouvir os trovões... A garota disse um 'não' absurdamente triste, meio "para dentro", arrastado, e foi encolhendo ainda mais... Acho que até o ambiente foi começando a ficar em preto e branco...

Sério, fiquei com tanta pena que até pensei em comprar um ovo de Páscoa para a coitada! Só não o fiz porque isso é coisa de "menino bonzinho"...

Mais uma vez, voltando: só estávamos os dois ali, e eu, claro, querendo executar a "manobra avestruz" e enterrar minha cabeça na terra... Afinal, se com esses dois assuntos eu tinha gerado tal reação, se eu tentasse mudar de assunto mais uma vez, era capaz de a garota tentar se matar, ali mesmo, ou morrer sufocada na própria depressão, que havia se tornado palpável, naquele momento, já...

Felizmente, fui "salvo" pelos demais alunos do curso, que chegaram, interrompendo a conversa, e permitindo que a aula começasse (afinal, eu era o único aluno por lá; todo mundo sempre chega atrasado)...

É como uma amiga minha diz, mesmo: eu não devo abrir a boca perto de mulheres... Hahahahaha...

Hoje tenho aula... Vamos ver se me saio melhor... Ou se levo uma voadora da professora por estar puxando papo com a menina que deveria estar trabalhando em vez de me dando atenção (e passando a necessitar desesperadamente de apoio psicológico no processo).

Isso, é claro, assumindo que ela esteja lá.

domingo, 12 de abril de 2009

Perfume - A História de um Assassino

Eu tenho medo desse filme até hoje. Não por ser realmente assustador, mas por ter me tirado duas horas da minha vida. Vejam só o título do filme: PERFUME: THE STORY OF A MURDERER. Agora, pensem. Pensem um pouco, e imaginem do que se trata o filme. É meio óbvio que se trata de um assassino, mas vejamos, provavelmente é relacionado com o ofício de fazer perfumes. Então porra, você pensa que o assassino provavelmente deixa as vítimas com um odor, ou então usa algo das vítimas para fazer perfumes. No fim, você pensa que o cara é tipo um Jack Estripador, um assassino serial, que tem uma psicose ou algo assim.
Agora pegue tudo o que você pensou e JOGUE NO LIXO. A coisa é ruim, mas muito ruim mesmo. A história se passa na França no século 18, e conta história de um mané que nasceu na merda, mas tem o incrível poder de ter um olfato super apurado. O moleque acaba parando num orfanato, onde ele fica o dia inteiro calado só cheirando as coisas, porque, segundo o narrador, ele não tinha a consciência do que era um cheiro ruim de um bom.
Qualquer pessoa normal já desconfiaria que este filme é uma bosta. Na boa, ninguém quer saber da história de um X-Man que gosta de dar um fungada no século 18. O que te faz ir em frente, é que apesar dos pesares o filme é bem executado. Tem bons cenários e boa fotografia, o que acaba fazendo com que o espectador sofra da síndrome de "dá uma chance".
Um dia o moleque é vendido para trabalhar num curtume, aí ele se fode pra cacete, porque curtume fede a dar com pau. Mas aí, um dia, o filho da puta acaba indo ter que fazer uma entrega em Paris, e dá de cara com uma menina. O cara ao invés de ficar afim da menina, quer saber de dar um fungada nela. Logicamente ela fica assustada, e como o nosso X-man é muito gentil, ele tenta tapar a boca dela mas acaba matando a menina. O cara fica alucinado, e tenta cheirar ela o máximo que pode, até o odor dela se esvai.
Daí o cara fica obcecado pelo odor da menina. Algum tempo depois, ele acaba escapando do dono dele, e consegue se encontrar com um perfumeiro decadente (Dustin Hoffman). O nosso X-man demonstra pro perfumeiro que ele é fodão com o seu nariz, e faz uns drinks de odores (não tou zoando, ele mexe os frascos como um barman) e convence o Dustin Hoffman e ensinar a arte do perfume.
Neste momento, o filme desperta um pouco de interesse, pois afinal você pensa: "Porra, o Dustin Hoffman não vai fazer um filme tão merda!". O perfumeiro ensina pro X-Man que os perfumes tem 12 odores e um 13º odor sinistro boladão que faz o perfume ser realmente bom. O nosso X-Man segue com a paranóia de preservar odores mas percebe que as técnicas do perfumeiro são limitadas. O perfumeiro só sabe extrair essências por um processo de destilação que funciona bem com flores e ervas. O nosso incrível protagonista é tão inteligente que ele tenta destilar metais, tecidos e até o gato do perfumeiro.
E é nesta hora que você começa a ficar puto. Quase metade do filme foi embora e o espectador começa a ver uns problemas:
  1. O puto ainda não matou ninguém. Tá certo, matou e menina mas foi sem querer. Tá escrito bem grande no cartaz: HISTÓRIA DE UM ASSASSINO. Quando ele vira um assassino?
  2. O nosso futuro assassino é BURRO. Mas não é pouco burro, é burro pra cacete. Ele não te causa nenhum tipo de admiração ou espanto. Ele só tem o super poder de cheirar. E só.
  3. O nosso protagonista tem uma atuação muito chinfrim. Mais nada a declarar.
O garoto que cheira então, decide que tem que aprender mais sobre perservar odores então ele faz muitas receitas de perfumes pro Dustin Hoffman e vaza pra uma cidade que tem tradição em perfumes. No meio do caminho, ele fica meio EMO e descobre que ele mesmo não possui nenhum odor (até parece, o cara devia feder muito), e fica tristinho e depressivo, o que faz com que ele fique ainda mais obcecado com a história de fazer o perfume boladão de 13 essências.
Na cidade dos perfumes sinistros ele descobre que se ele cobrir as coisas com gordura animal e depois destilar, ele consegue preservar o odor que ele quiser. Eu não sei o que se passa na cabeça de quem escreveu esta BOSTA, mas porra, é foda alguém acreditar que se eu lambuzar alguma coisa com sebo e depois pegar o sebo e cozinhar eu vou pegar o cheiro daquela coisa.
O cheirador então resolve usar o processo numa prostituta. Não dá muito certo, porque ela fica com medo do cara e ele ESPERTAMENTE resolve matá-la. Então tá aí a psicose do nosso assassino. Ele mata a mulher porque tem o fetiche de dar banho de sebo. Não consigo exprimir a minha raiva por esse enredo. É idiota. O cara mata pra fazer perfume. Ele não é inteligente, ele não é desafiado, a única coisa que o leva a seguir em frente é que ele quer fazer um perfume.
Daí pra frente, ele vai coletando meninas e as matando, causando terror na cidade. Logicamente a última menina é mais difícil de se matar (tem que rolar um suspense), mas ele fácilmente rastreia a menina (cheirando o caminho). Ao finalmente terminar seu perfume de camelô, ele é preso e a cidade tá afim de fazer o cara se fuder. Em praça pública ele está prestes a ser executado, mas ele aplica o perfume nele mesmo, e o perfume tem o poder sinistro de fazer as pessoas o idolatrarem.
Agora vem a cereja nesse bolo de merda: ele, no centro da praça, começa a agitar um paninho embebido pelo perfume, fazendo com que as pessoas fiquem ALUCINADAS e comecem a se comer ali mesmo. A cena beira o trash, especialmente quando mostra um padre gordo se engraçando com uma freira (ele faz uma cara de conquistador de botequim impagável).
Nosso herói vendo a galera se pegando.

O X-Man fica bolado com a cena, e vai embora. O perfume tem um efeito tão acachapante que as pessoas se ESQUECEM COMPLETAMENTE do assassino, e pegam um bode expiatório como culpado pelos assassinatos. Em mais uma demonstração de sua natureza EMO, o protagonista volta ao local aonde nasceu e derrama todo o perfume nele, e as pessoas da rua O DEVORAM, e não deixam nem osso pra contar história. THE END.

Quando eu penso nesse filme, dá vontade de ir cagar.