domingo, 25 de novembro de 2007

Diário de Guerra (1)

Sexta-feira passada, fui ao Teatro Odisséia... Ambientes fechados, lotados de gente fumando (o que deixa o local, e pior, você, fedendo muito), tocando "música" extremamente alta (as aspas não se referem à qualidade da música, afinal, não posso criticá-la, pois o volume elevado não me permite compreender nada do que é tocado), não exercem muitos atrativos sobre a minha pessoa... Porém, por motivos de ordem cósmica, são os únicos locais em que encontro indivíduos do sexo feminino, o que me força a freqüentá-los...

Esta minha última incursão a tal tipo de ambiente gerou algumas novas indagações. Assim, resolvi começar a produzir relatórios a respeito, de modo a me ajudar a organizar minhas idéias, e quem sabe obter respostas de algum improvável leitor perdido que porventura apareça.

Uma consideração importante: tudo o que for relatado, é de um ponto de vista estritamente sóbrio; nada foi "alucinado", de nenhuma maneira...

Então, começando: a primeira coisa a chamar minha atenção no local foram duas mulheres que pareciam que estavam a ponto de "se pegar"... Uma era "mais ou menos", e a outra bonitinha...

Não fiquei por perto para ver o resultado... Erro meu, pois quando voltei, ambas tinham desaparecido. Não as vi mais, pelo resto da noite.

Resolvi, então, fazer um mapeamento dos indivíduos portadores do duplo X no local... Resultado: 4 morenas interessantes, apenas... E, ratificando: o mapeamento foi um processo "não etílico"; daí o baixo valor.

Seguiu-se, então, uma análise ligeiramente mais aprofundada das quatro, em ordem decrescente de qualidade observada.

1 - A mais interessante estava acompanhada... Assim sendo, próxima.

2 - Esta foi um caso curioso... Um indivíduo, trajando um daqueles chapéus franceses esquisitos (acho que se chama boina, mesmo), foi "chegando junto" da menina, imitando um "egípcio" dançando! Daquele jeito esquisito, com um braço para frente, e outro para trás! E, não satisfeito, começou a realizar outros "passos de dança" ainda mais estapafúrdios! Eu nem mesmo sei descrevê-los! Extremamente ridículo...

Ri bastante, e pensei: "Assim que ele for chutado, vou lá falar com a menina..."... Ha! Mas que tolice a minha... Qual não foi minha surpresa, quando vi a garota começar a "dançar" imitando o cara! E, findada a bizarra "dança do acasalamento", os dois partiram para a pegação propriamente dita...

Não entendi nada... Conferi algumas vezes se a lata que estava em minhas mãos era realmente de água tônica... Repensei todos os meus passos no local, para mais uma vez me garantir de que em momento algum eu havia largado a lata, por um segundo que fosse, de modo que algo pudesse ter sido adicionado ao conteúdo da latinha... E, então, convencido de que não estava com meu raciocínio afetado (excluindo o já grande prejuízo provocado pelo cheiro horrível e o barulho do local), dei de ombros e fui ver a terceira morena...

3 - Ela fumava. Menina fedorenta. Assim: próxima e última.

4 - Agora, outra situação estranha ocorria... Não sei porque, simplesmente ninguém, mas ninguém mesmo, ia falar com a garota! Quer dizer, as amigas dela falavam com ela, mas nenhum homem presente no estabelecimento se aproximava... Esperei, esperei, e nada... Tanto que chegou um ponto em que a menina se cansou, e foi até mesmo se sentar... Desistiu!

Alguma coisa estava errada... Mas eu não conseguia entender o que! Como o indivíduo menos adaptado ao ambiente, resolvi então seguir o conceito de "sabedoria das multidões", e imitar o comportamento dos nativos (nesse ponto), também não me aproximando da menina...

Ao final da noite, tal comportamento se mostrou sábio: vendo-a na luz, percebi que ela não cumpria os "requisitos mínimos necessários" para chamar minha atenção de "maneira animal", por assim dizer... O reflexo da luz nos cabelos, denunciando uma tosca "chapinha de um Real da Rosinha Garotinho", antes escondida pela escuridão, serve como exemplo da situação... Admito, porém, que a menina tinha olhos muito bonitos.

A dúvida, porém, continuou: eu não gostei do que vi (na luz), mas mesmo assim, ela era muito melhor do que as outras meninas presentes, com quem os demais indivíduos XY do local, devidamente alcoolizados, estavam se atracando... Assim sendo, por que diabos simplesmente nenhum homem foi falar com a garota a noite toda? O que será que eles viram, e fez com que eles se mantivessem longe, e eu não percebi? Que tipo de instinto/sentido/treinamento é necessário para que eu adquira tal percepção? E eu nem mesmo sei que percepção é essa... Afinal, o que havia de errado com a garota (tirando o que eu citei, que certamente seria irrelevante aos olhos dos "bebuns"), que eu fui incapaz de perceber?

Isso está me preocupando...

domingo, 18 de novembro de 2007

Quadrinhos e Cinema - Parte 3

Eu acabei de ler Watchmen. E isso me convenceu ainda mais de que um filme sobre Watchmen é algo muito complicado.
E o diretor Zack Snider disse que pretende filmar uma versão 100% fiel.
Eu acho isso impossível por um motivo muito simples: Watchmen é muito denso e possui recursos narrativos pouco ortodoxos se comparado com a maioria dos quadrinhos. Como Snider irá colocar o "Tales of the Black Freighter" no filme? E os textos exibidos em cada final de capítulo? Como ficará o diário de Rorschach?
E como colocar isso tudo em no máximo 2 ou 3 horas de filme? Vamos ter Watchmen volume 1 ao 12?
Snider ficou famoso por adaptar 300 fielmente, mas sejamos francos: 300 é um quadrinho de MOLEQUE perto de Watchmen.
É óbvio que haverá cortes. É óbvio que as roupas dos personagens não será a mesma. E na verdade eu acho que é isso mesmo que tem que ser feito. "Tales of the Black Freighter" é muito legal, mas sinceramente não é 100% fundamental para a história. Os textos exibidos no final de cada capítulo são muito legais mas funcionam muito bem como recursos escrito e duvido que teriam algum valor na tela. Quanto ao diário de Rorschach...eu diria que é algo fundamental.

Então qual é o meu medo?
Eu sei que o filme não pode (e não deve) ser 100% igual ao quadrinho. Mas o que eu temo é que o entendimento de Watchmen seja perdido. Existe uma mensagem no quadrinho, e diga-se de passagem ela em parte é obsoleta (derivada da guerra fria) e em parte é atual (o fato do homem foder a sociedade e o planeta). Como isso irá ser passado para a tela? Eu acho que esta mensagem será perdida, assim como alguns momentos importantes de 300 foram perdidos ou interpretados erroneamente (na minha opinião pelo menos).
Existem inúmeros momentos memoráveis de Watchmen que duvido que se tornem memoráveis no filme. O passado do Dr. Manhattan, a história do Comediante, a personalidade de Rorschach, a discussão entre Silk Spectre e o Dr. Manhattan e outros momentos tão brilhantes serão apenas interessantes.
Então quando Watchmen for exibido na tela, os críticos irão aplaudir ou vaiar algo que eles nem conseguirão entender. Aquela menina meio burra sentada no cinema vai exclamar: "Porra, mas a União Soviética nem existe mais!" ou "Peraí, mas não eram os EUA que tavam em guerra com o Afeganistão? E o Bin Laden???"
Existe um fato inexorável nisso tudo: Watchmen é uma história em quadrinhos de valor literário muito grande para ser comparado com a maioria das outras histórias.
Watchmen é para homens e não para garotos.
E é por isso que eu tenho medo de um filme de Watchmen.
Eu tenho medo que a história se reduza a filme para garotos.
Nada mais a declarar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Quadrinhos e Cinema - Parte 2


Embora não possamos categorizar claramente os recentes filmes de quadrinhos como sendo de primeira ou segunda geração, não é difícil perceber as diferenças entre estes dois tipos. Os primeiros filmes tinham um caráter experimental. A espectativa em cima das bilheterias eram modestas. Seqüencias eram um assunto para ser discutido após os números da arrecadação. Os filmes de segunda geração são verdadeiras máquinas de franquias. O segundo filme é feito para mirar o terceiro. Se o personagem está seu primeiro filme, já estão pensando no segundo.
É fácil ver isso. Até mesmo o quarteto fantástico teve uma seqüencia com um tempo de intervalo ridículo (e roteiros mais ridículos ainda), e o Surfista Preateado, um coadjuvante do segundo filme ,já tem sido cotado para um filme solo.
Além das óbvias franquias da Marvel e da DC, os executivos começaram a prestar atenção em títulos menos convencionais. Hellboy (2004) e Sin City (2005) chamaram a atenção de vários executivos e todos começaram a caçar títulos alternativos para serem adaptados. E rapidamente um projeto foi executado: 300, de Frank Miller.
Agora preparem as pedras para serem arremessadas pois muitos não irão gostar do que eu vou falar (ninguém lê isso aqui mesmo, então não preciso me preocupar).
300 é o principal motivo de eu ter medo da adaptação de Watchmen.
Em 300 Zack Snider conseguiu fazer uma adaptação considerada ainda mais fiel para as telas do que Sin City. O filme teve um orçamento um pouco maior, embora tivesse uma publicidade bem mais rica, e arrecadou bem mais do que a aventura urbana noir.
Mas por incrível que pareça eu acho 300 meio ridículo até.
O primeiro motivo é meio injusto. Eu acho Sin City uma história MUITO melhor do que 300.
300 é uma história heróica, mas não tem a maior inteligência do mundo. As melhores tiradas não são nada super criativas e algumas das melhores falas foram retiradas de antigas crônicas gregas. A história tem um final previsível e ultra janjão.
Agora vem a tal da fidelidade. Olha eu não olhei o DVD com 500 extras, mas a versão do cinema me deixou meio puto. Primeiro a rainha Gorgo aparece muito mais do nos quadrinhos. No papel ela mal aparece e tem apenas uma função narrativa de mostrar a cultura espartana. No filme ela protagoniza duas cenas de sexo desnecessárias (exceto pelos punheteiros de plantão) e tem uma importância política INEXISTENTE NOS QUADRINHOS. A na minha opinião uma das passagens mais importantes do quadrinho foi cortada. Se vocês lerem, procurem pelas cenas do soldado Stelios e vocês entenderão. Talvez seja um delírio meu, mas para mim era uma cena que duraria no máximo 40 segundos e foi cortada. Nem sei se foi filmada. Falar do rei Xerxes então, puta que pariu. Bagulho ridículo aquilo. O rei Leônidas pra mim ficou ridículo, o tempo inteiro gritando e mostrando os dentes, parecia um débil mental, longe da figura que eu tinha em mente.
As cenas de combate como era de se esperar dominam o filme de uma maneira que não é feita no quadrinho. E tudo foi filmado em fundo verde. Isso realmente transportou o filme para o quadrinho e é um mérito. Até o sangue parece pintado por Lynn Varley. Mas nessa hora é que eu enxergo as limitações do filme. O cara copiou TUDO. Absolutamente TUDO. E este para mim é o maior defeito de 300. Trasnportar fielmente um quadrinho para o filme é conseguir materializar o universo na película, não transportar o quadrinho integralmente.
Apesar de minhas críticas eu reconheço uma coisa: 300 não poderia ser filmado de outro jeito. Zack Snider optou por ser MUITO fiel VISUALMENTE, e adicionar elementos pertinentes para a arrecadação, tudo com aprovação pessoal do Sr. Miller, o que para os fanboys é a obrigação eterna de dar a bunda pro filme.
No terceiro "artigo" vou tentar explicar os meus temores ao filme de Watchmen.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Quadrinhos e Cinema - Parte 1

Hoje eu recebi finalmente a minha última aquisição na minha bilbioteca de quadrinhos: Absolute Watchmen
Ao folear as páginas logo me veio à cabeça que estão fazendo um filme pra valer baseado na obra máxima dos quadrinhos. E isso me deu um pouco de medo.
Alan Moore (o autor de Watchmen) nunca mais irá colaborar com adaptações de suas obras pois ele cansou de mudarem tudo. Dave Gibbons (o desenhista) pouco poderá fazer além de opinar no visual do filme. Tudo fica na mão de Zack Snider (diretor do futuro filme, dirigiu o aclamado 300) e de sua equipe. E isso me dá medo.
Para explicar tudo isso eu proponho a revisitarmos o início da onda de filmes baseados em quadrinhos. O que funcionou, o que não funcionou. E vou tentar delirar sobre o porque disso.
A nova onde de filmes de quadrinho explodiu depois do primeiro filme dos X-men. Isso é o que a maioria pensa. Na verdade tudo começou com Blade. Sim, o meio vampiro interpretado pro Wesley Snipes. O filme custou muito pouco mas rendeu bem. Era pouco pretencioso, era pura diversão pipoca e o personagem era um quase desconhecido da maioria das pessoas. Então os roteiristas podiam mudar muita coisa sem prejuízo para a Marvel (detentora do personagem). Deu certo. A Marvel que não andava super bem das pernas na época viu o potencial disso e resolveu arriscar mais ao licenciar X-men, o seu quadrinho de maior venda até hoje.
Com Blade a Marvel aprendeu lições valiosas:
1-O filme tem que vender.
2-Mude o que for necessário pra vender.
3- Nada de roupas ridículas.
Eles entregaram X-men para Brian Singer. E ele correspondeu bem. Um orçamento relativamente baixo (U$60 milhões), muitos atores desconhecidos (só Patrick Stuwart e Ian Mckellen eram realmente um atores renomados) e efeitos especiais no limite do orçamento fizeram um sucesso estrondoso. Estava aberto o caminho para todo o tipo de filme de quadrinhos.
Eu nem vou entrar no mérito do filme ser bom. Eu achei legal, e certamente naquela altura do campeonato era o melhor filme de quadrinho que eu havia visto. Ele tentou mostrar os personagens mais parecidos o possível dos quadrinhos sem deixá-los idiotas na tela.
Depois veio uma avalanche, mas o maior sucesso foi Homem Aranha. Vários outros vieram tentando repetir o sucesso, mas como sempre veio um mar de medíocridade.
Vamos começar a tentar ver os erros.
Demolidor: eu lembro que gostei desse filme, mas depois de ver algumas vezes foi fácil ver as coisas ruims. Cenas românticas desnecessárias, edição claramente feita pelos executivos do estúdio e não pelo diretor e um ator principal ruim (Ben Afleck).
Hulk: outro filme que eu havia gostado na época mas reconheço seus defeitos. Ang Lee dirigiu e tentou fazer o Hulk de Ang Lee quando devia ter feito somente o Hulk.
Esses dois filmes ensinaram coisas valiosas:
1- Quem deve fazer o filme deve entender um pouco de quadrinhos. Executivos de estúdio querem saber de dinheiro e só.
2- O diretor deve se ater a fazer o quadrinho transparecer na tela. O diretor não pode ser maior que o filme.
3- Caralho, usem atores bons, não escolham só pelo nome.

Vários filmes vieram e foram, uns mais ou menos e maioria medíocre. Alguém quer comentar A Liga Extraordinária??? O que dizer de Quarteto Fantástico??? Nem me fale de X-men 2 (vendeu bem mas é uma merda).
Os estúdios começaram a ficar com o pé atrás. Somente o Homem Aranha e os X-men eram a prova de falha. Os outros heróis não teriam seqüencias lucrativas. Então meus caros, veio a luz. E para ser mais exato ela veio em preto e branco. E vermelho.
Sin City, de Frank Miller.
Eu sou suspeito para falar. Mas Sin City abriu os olhos de muita gente. Os filme custara U$69 milhões, mas tinha no mínimo uma dezena de atores muito caros, efeitos especiais a rodo, uma fotografia absurda e uma história violenta e insana. E tudo foi filmado em fundo verde, somente dois cenários haviam sido construídos. O responsável por isso era Robert Rodriguez. Com sua câmera digital, boa vontade e o seu jeito "vamos trabalhar ganhando pouco mas fazendo algo legal" ele inovou e muito. Convenceu vários atores a atuar por uma fração de seus cachês pelo simples prazer de passar um quadrinho EXATAMENTE como ele é para a tela. E deu certo.
O filme vendeu bem, faturou muito mais do que custou e elevou Frank Miller a um patamar que ele nunca havia sonhado. Hoje ele vai DIRIGIR The Spirit (outro filme que me dá medo).
Mas por que esse filme deu certo? Por que esse é bom e os outros não?
Existe uma razão para isso. Rodriguez quis fazer o Sin City de Frank Miller e não o seu Sin City. E quando a matéria prima é boa, em geral o resultado é bom. A maioria dos filmes de quadrinhos deveriam pegar o melhor de cada personagem, lapidar o suficiente para caber numa realidade plausível e deixar uma boa trama fluir. Em suma, respeitar a essência dos personagens.
Hulk é o grande exemplo disso. Ang Lee tentou mostrar o conflito mental de Bruce Banner, mas se ele fosse um bom leitor de Hulk ele veria que as melhores histórias eram as que mais tinham alívio cômico. O Hulk em si não é muito profundo. Ele tem uma lógica quase infantil e é isso que o torna interessante. Hulk esmaga. E é por isso que gostamos dele. Mas Ang Lee gosta de filmes cabecinha. Ele gosta de BrokenAss Mountain. Ele acha que o Hulk dá um bom artigo de psicanálise. Ele esqueceu que Hulk esmaga.
No próximo "artigo" vou discutir a segunda geração de filmes de heróis. E novamente existem erros e acertos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Tecnologia por um Mundo Melhor


Recebi a figura que ilustra esse post por e-mail...

A pergunta é: onde compro um desses?

Na verdade, na verdade, há outras dúvidas com relação ao produto... Por exemplo: funciona com qualquer modelo de mulher? Serve para operar quantas mulheres ao mesmo tempo? Uma só, todas, ou há algum limite? Mas tudo bem, qualquer coisa, é só comprar mais de um controle...

Existem outros tipos, mais avançados, com funções extras? Eu consigo imaginar várias não contempladas pelo modelo da foto... Hehehe...


Algumas das funções essenciais que esse controle deixou de lado se referem, por exemplo, aos gastos com cartões de crédito (comprando coisas inúteis), o fast forward na hora de a mulher se arrumar, e alguma coisa para auxiliar a fêmea na condução do veículo... Hahahahaha...