terça-feira, 30 de outubro de 2007

Aula de Literatura pra que?

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é ler. Eu me lembro que nas escola éramos obrigados
a ler livros chatos para nos incentivar o hábito da leitura. Sabe isso é muito engraçado porque esse tempo todo todos esses livros chatos só me fizeram não gostar de ler por muito tempo. De vez em quando um livro interessante era proposto. Muito de vez em quando. E quanto mais progredíamos na escola mais enfadonhos os livros iam ficando e por acaso a maioria era de autores nacionais. Podem me chamar de preconceituoso (como se alguém lesse isso aqui). Mas o fato é que eu queria ler bons livros e os professores insistiam com os CLÁSSICOS. Me lembro que o meu primeiro livro de Machado de Assis (Helena, um livro da fase romântica do autor) foi uma leitura horrível. Ainda considero aquilo um disperdício de papel. Pra quê alguém perdeu tempo escrevendo aquilo? Como alguém em sã consciência acha que um moleque de 12 ou 13 anos vai conseguir absorver um livro desses? Um moleque dessa idade não vai ter paciência pra escutar uma música de mais de 4 minutos quanto mais um livro escroto de 300 páginas.
E aí vieram as aulas de literatura. Aquilo na minha opinião era a MAIOR ABERRAÇÃO DE TODOS OS TEMPOS. Primeiro que eles se propunham a tentar te explicar a cabeça dos autores. Eles rotulam os autores como se fossem parte de um movimento específico e juntam tudo num grande saco de gatos dizendo que aquele grupo de autores pensavam de uma certa maneira. Se eu fosse um desses autores eu mandaria todos esses professores à merda.
Mas a porcaria não para por aí. Eles te obrigam a ler um desses livros e ainda dão uma prova aonde você tem que concordar com o que o PROFESSOR PENSA. Porra, já era meio idiota você dizer que um cara que morreu faz uns 200 anos pensava de um jeito e ainda os desgraçados pediam pra você escrever na prova o que ele queria.
Aí depois disso tudo vem a CENSURA. Porque você não pode propor outros livros. E você não pode ser honesto quando aos livros que você leu. Eu lembro que numa dessas aulas a professora estava muito chateada com a turma. A turma inteira não havia terminado de ler o livro. O GUARANI. Caralho, que livro chato da porra. Ela estava puta da vida e com razão. Ninguém havia lido e aquela era a última aula antes da prova. Era pra ser uma aula para tirar dúvidas. Só um aluno tinha lido 3/4 do livro. Eu havia lido metade. Aí eu fiz a burrice de ser honesto. "Professora a senhora me perdoe mas esse livro é muito chato." Tá certo, realmente eu não falei a coisa da melhor maneira possível. Eu podia ter dito: "Professora, eu sei que a minha opinião não deveria interferir com o meu dever, mas o livro é deveras enfadonho." O fato é que a professora ficou bolada. Arrisco dizer que ficou MAGOADA. A turma caiu em cima de mim indignada. Um bando de hipócritas, porque se tivessem gostado do livro teriam lido. Todos tinham a mesma opinião que eu. Mas falar a verdade sempre é um negócio incoveniente.Caros trovadores, naquela hora eu não percebi mas eu queria ter dado uma mensagem pra professora. Uma mensagem do tipo: "Se você quer que seus alunos se interessem por livros, dê um livro interessante PORRA."
Existe muita coisa interessante na literatura. E a Academia Brasileira de Letras que me perdoe, a maioria dela aconteceu ou acontece FORA DO BRASIL. Nem vou entrar no mérito de autores que eu gosto atualmente. Eu falo de coisas clássicas. Eu me lembro como a professora de literatura falava com louvor sobre a cena da em que a cachorra Baleia morria (Vidas Secas). Era uma pintura literária. Pois eu digo que aquilo era lixo perto da morte de Ofélia em Hamlet. Na opinião da professora tínhamos que ler os 3054838220 livros sobre a fome no nordeste. Os 5949320020304 livros de Jorge Amado em que todos eles tem uma cena de sacanagem. E sempre a porra do Machado de Assis. E nem me fale do viado do José de Alencar (eu tive que ler dois livros dele e foi o suficiente pra eu saber que aquilo não vale nem como papel higiênico).
Nunca nos ofereceram um livro de Edgar Alan Poe. Nada de Shakespeare. Nada de Hemingway. Pra que nos falar de pensadores como Nietzsche? Fora todos os outros milhares de autores estrangeiros que eu nem sei o nome e eu sei que são excelentes. É pedir demais? Eu não estoupedindo Paulo Coelho, ou J.K. Rowling ou Tolkien. Só estou pedindo os clássicos. Clássicos, realmente clássicos. Livros que os autores brasileiros leram (tá bom, Machado de Assis não leu Hemingway mas podia ter lido se estivesse vivo). Pros professores só existe o Camões como pai da literatura brasileira. Pra mim esse cara escreveu um livro muito grande, o que só prova que ele teve muita paciência (e provavelmente enrolou muito). Pois eu digo que Machado de Assis provavelmente deve ter lido Shakespeare algum dia. Olha eu podia até na época de colégio ter achado Hamlet ou Othelo um saco mas certamente eu diria depois que não tem como negar a importância dessas obras. Caralho, meio mundo leu ou foi influênciado por ele.
O fato é que para os estudiosos de literatura no Brasil existem certos dogmas. Existe um complexo de inferioridade enorme então surge uma necessidade muito grande de se valorizar a cultura nacional. Então nos programas de vestibular os livros citados são quase 100% brasileiros ou portugueses. E isso gera uma reação em cadeia nas escolas. Isso só revela uma verdade. Nunca houve um autor brasileiro relevante no cenário mundial. O autor brasileiro mais bem sucedido no mundo é o picareta do Paulo Coelho. Machado de Assis, fundador da ABL é um mero desconhecido, sendo familar somente aos acadêmicos. Então existe um esforço para fazer com que os brasileiros leiam o Brasil e até hoje o Brasil é um país que lê muito pouco e menos ainda os autores brasileiros.
Daqui a alguns dias, basta passar numa livraria pra ver que todos vão fazer fila pra comprar um livro. Um livro britânico. E os fãs do Haroldo Oleiro que me perdoem, está longe de ser um livro realmente bom.

PS: Pra quem ficou chateado com os meus comentários sobre Haroldo Oleiro vejam esse link e testemunhem a picaretagem da autora.

2 comentários:

ghfdc disse...

Hehehe... Eu que tinha lido 3/4 do livro...
Na prova anterior a essa, eu tinha tirado uns 6... Nessa do Guarani, então, eu resolvi ler o livro DUAS vezes, para garantir... Tirei 5.
Depois, foi Senhora (maldito José de Alencar!!!)... Li bem rápido e sem prestar atenção, para poder ler Senhor dos Anéis logo em seguida...
A prova foi sendo adiada, adiada (afinal, ninguém lia esse LIXO que é Senhora)... E eu esqueci tudo da história.
Tirei 10.
Então, aprendi: quanto mais eu achasse que a resposta que eu escrevia era idiota, mais correta ela estava...
Resultado: fiquei com média 10 em Literatura durante o resto do ensino médio...
Conclusão: realmente, não dá para levar muito a sério o ensino de Literatura... Hehehehe...

E, agora, além de Literatura, se ensina Filosofia no ensino médio!
Se as aulas de Literatura nos faziam não gostar de ler, as de Filosofia, seguindo o mesmo caminho, devem nos fazer não gostar de pensar...
É... Isso explica muita coisa... Hahahahahahaha...

Lokeone disse...

Hei!!!Eu li a porra do guarani ate o fim! e fiquei puto com a merda do final, em q vem uma porcaria de um tsunami e leva tudo!!!