segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Reflexões de ano novo (1)


É irônico. Com a reforma ortográfica agora em vigor, não tenho mais "envergadura moral" para chamar o presidente de iletrado...

Acho que ele fez isso de propósito... Deve estar, agora, sentado, nas sombras, saboreando sua vitória, rindo daqueles que antes tripudiavam de suas limitadas capacidades de expressão...

Em números redondos, Portugal tem 10 milhões de habitantes, e o Brasil, 190 milhões. Se a população de lá não é nem mesmo 10% da daqui, por que assinar esse acordo?

Nossas novelas são assistidas em Portugal (não estou contando vantagem, só constatando um fato), nossas músicas são ouvidas por lá; até a Turma da Mônica é publicada lá pelas bandas lusitanas... Mas alguém vê algo de Portugal por aqui? Eu, pelo menos, não vejo (meus parentes portugueses não entram nessa conta, claro)... Esse intercâmbio cultural me parece um tanto quanto de mão única, não?

Nos casos de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste, então...

Macau entra nessa conta? Acho que não...

Além disso, o Brasil tem 4 anos para se adequar à nova ortografia, e Portugal, 6... Se somos em número absurdamente maior, novamente, por que os portugueses terão mais tempo? A menos que este acordo esteja levando em conta o fato de sermos uma multidão de semi-analfabetos (e agora, com ou sem hífen?)...

Se for assim, realmente, pouco importa.

2 comentários:

Jiroumaru disse...

Só oficializaram o que já acontecia: ninguém realmente sabe falar português.

ghfdc disse...

Isso tudo me fez lembrar o porque de eu odiar estudar português na escola...